domingo, 5 de abril de 2009

Dicotomias e, às vezes, apetites...

Apetece-me, e não me apetece…
Às vezes, apetece-me fugir, desligar telemóveis, permanecer incontactável horas a fio, desaparecer do mapa, do planeta, da galáxia. Começar tudo do inicio, sozinho, afastado.
Às vezes apetece-me ir. Se vou, apetecia-me ter ficado. Ou até já lá estar.
Interesso-me e não me interesso.
Faz-me falta. Ou então nem me lembro.
Queria falar ou nem quero ouvir.
Saio de casa, ou enrosco-me em apatia.
Tomara que me ligues, ou nem te lembres que eu existo.
Pensamentos reprimidos que vou soltando em bocejos, em meias palavras, expressas entre dentes, como se medo tivesse que elas fossem escutadas.
Desejoso que me perguntes o que se passa ou espero que nem te ocorra perguntar nada.
Às vezes sinto-me assim, dividido entre dicotomias parvas, irracionais. Tendo procurar uma resposta, mas não a encontro. Tento procurar um motivo, mas ele não está lá. Tento procurar uma solução… encontro-a… mas como a tomo?
Sinto-me cansado, quase a roçar a exaustão. Mas isso é só as vezes…
Entre o motivado e o desmotivado. Entre o divertido e o apático. Entre o activo e o inerte. Entre o sociável e o eremita.
Se estou parado, acho que devia iniciar. Se inicio, já me desmotivei. E agora? Sigo para a direita ou para e esquerda?
Como é que exorcizo estes fantasmas? O que vale é que só me aparecem muito de vez em quando, entre um dia cansativo e uma noite mal dormida.
Sinto que tenho tanta gente… e ao mesmo tempo sinto que não tenho ninguém. Que sou um máximo e que sou (isso, diz o que estás a pensar… Para que reprimir?) uma grandessíssima merda. Sou giro e sou horrível. Sou tudo e talvez não seja nada.
Certezas ou dúvidas?
Verdades ou tontarias?


Durante algum tempo, ainda me questionei se devia, ou não, escrever este texto…

Sem comentários: