quarta-feira, 8 de abril de 2009

1 carneiro, 2 carneiros, 3 carneiros...

Esticado, tapado e aconchegado no meu leito nocturno, tento, sem sucesso algum, adormecer.
Dou voltas e voltas, e paraliso-me. Aumento-me e encolho-me. Alargo-me e reduzo-me. Braços e penas encolhidas de forma fetal, que rapidamente tactearão os novos espaços gélidos da cama, cansados de estarem comprimidos desnecessariamente.
Fecho os olhos, bem cerrados, e penso em mil e uma coisas para ver se o cérebro hiberna até amanha de manhã, hora em que serei obrigado a acordar (para mal dos meus pecados…), recordando amargamente: “porque é que não te deixaste dormir mais cedo, caramba?”. Essas mil e uma coisas deveriam servir, à partida, para me deixar dormir. Mas não!... só servem para me manter acordadíssimo cerebral, física, psicológica e mais não sei quantos “mentes” (vulgo advérbios, de qualquer coisa, pressuponho eu…) por mais uns quantos minutos, que prometem ser longos… Ora então muitos obrigadinhos!!, por nada, claro está!
Entretanto passo para outro plano estratégico, que já não sei se é o B, o M, o Z ou o F ao quadrado vezes 5, sobre 7, raiz quadrada, a dividir pelo PI, noves fora… … … (alucinações noctívagas, portanto). Como estava a referir, passo para o plano X (não por ser letra do alfabeto, mas sim por ser uma incógnita, ou lá como é que se diz na distante matemática) e preparo-me para contar carneiros… pois dos carneiros passo para as ovelhas, e das ovelhas para as cabras, e das cabras para o resto do estábulo, e depois para a bicharada inteira… e nem que viessem 30 zoológicos inteiros, mais os tratadores, as meninas da bilheteira e as avozinhas com os netinhos e as 300 excursões que querem ver a aldeia dos macacos, me chegava o raio do sono!
Ora c’os diabos, hã? Logo para o que me havia de dar hoje…
Bem, como tudo, esta insónia mal disfarçada tem uma razão: é o resultado de algumas noites a seguir fiel e religiosamente tudo o que são séries criminais; porque os exames das balísticas, dos odores, das colorações, do “quem”, do “onde” e do “porque” dão tudo o seu trabalho e porque às vezes os malandros dos assassinos, dos violadores e da demais tropa “fandanga” não se deixam apanhar, e mais não sei quê. Já para não falar quando não se sabe quem morreu, porque o corpo ficou em tal estado (tadinho… morre tanta gente para se fazerem estas séries… txi… nem sei como é que ainda há voluntários para estas coisas…) que nem dá para identificar nada! Mas eles, espertos como são, e ajudados, claro está, por aquelas maquinetas todas “X-P-T-O”, lá conseguem saber quem foi a alminha sacrificada desta vez.
Entretanto, permaneço no mesmo sítio, tal e qual… eu cá ouço a noite, eu cá ouço o tic-tac do relógio digital, eu cá ouço tudo e mais alguma coisa… menos o sono a chegar a passo de cavalo. Estou bem tramado hoje… Eu bem olho, no meio da escuridão, para o que me é possível vislumbrar, mas a espertina é mais que muita (e a parvoeira também, como se tem comprovado aqui!).
Bem se calhar o que tenho a fazer é virar-me para o outro lado e começar a contar carneiradas outra vez. Ora cá vai disto: 1 carneiro, … … 179 carneiros, … … 3 644 carneiros, … … 1 650 348 carneiros, … …

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