domingo, 15 de março de 2009

Varanda dominical, ou a apologia dos textos não-lamechas

O serão foi avançando, a lua subindo, enevoada, no horizonte celeste e a noite arrefecendo e exigindo uma fina blusa, sobreposta às camisas coloridas de mangas arregaçadas. As conversas, essas, foram fluindo e confluindo.
Por vezes abstraia-me e procurava beber daquele magnífico cenário que se desenrola em frente à varanda dominicana de domingo.
Pela colina, as casas dispõem-se de modo ondulante, sinuoso, e os grandes edifícios demarcam-se pela sua volumetria e intensidade luminosa, contrastante com o casario sombrio e escurecido.
Os pináculos eclesiásticos, as janelas anónimas e as ruas tortuosas, todas se definem e se confundem ao mesmo tempo, levando o espectador a percorrer, com o olhar, esta enorme tela disposta majestosa e estaticamente diante dos nossos olhos.
É um regalo para a vista ver Évora desta varanda, nestas noites serenas e tranquilas que convidam à conversa, ao passeio, ao sossego. Cenário que nos inebria e envolve, apesar da cafeína disfarçada com natas, tão habitual neste espaço de religioso encontro.

(especialmente para ti, que me acusas repetidamente de apenas publicar textos apelidados de “lamechas”)

1 comentário:

Grande Querida disse...

Grande Querido vizinho, ora muito bem, pois que pensei para com os meus botanitos Longchamp e não resisti em vir colocar um post it no seu bloquinho!Olhe, tenho apenas 3 palavras para si:

A DO REI!!!!!

beijinho bom vizinho!